O ônus do poder (18/03)
Armínio Fraga e Affonso Celso Pastore acham que os juros reais podem cair para 4%. Leia aqui. Outra coisa. O debate em torno da caderneta de poupança, cujo rendimento atual é um limite à redução da Selic, indica que o governo não se preparou adequadamente, previamente, para um cenário de queda forte dos juros. Se estivesse preparado, teria a solução já engatilhada. É visível que o governo -ou as autoridades econômicas- acharam que iriam atravessar a crise sem precisar derrubar o juro a machadadas. Vai ver acreditaram na "pressão inflacionária devido ao câmbio", tese que deve ter feito a alegria de muita gente esperta nos últimos seis meses. Gente que hoje incha a veia do pescoço para dizer o contrário. Daí o atraso do Banco Central no afrouxamento da política monetária. O governo tem mesmo que mexer na poupança, e que pague o custo político por isso. É o ônus do poder. O principal agora é derrubar os juros. Do jeito que for.
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10 Comentários:
Caro Alon, ônus do poder é não poder ficar fazendo "achismo" sobre juros reais (e ter de ouvir o achismo de quem não é responsável pela decisão). Quanto a mudança da poupança, tem um ônus político claro, mas as soluções tecnicas não apresentam grande diversidade (cortar a TR? reduzir os juros de 6%?) e não demandam muitos preparativos.
Finalmente meu caro,
Voltamos a concordar em alguma coisa.
Os tais desenvolvimentistas só sabem reclamar do BCB, qdo os juros baixarem eles vão ficar como a oposição ficou qdo o Lula abocanhou o discurso da austeridade fiscal e da estabilidade.
Mas por que o governo "tem mesmo que mexer na poupança", "cujo rendimento atual é um limite à redução da Selic"?
Só para não comprometer o rendimento dos bancos?
O preço para ter um sistema bancário "hígido" (arre) é atender uma chantagem depois da outra?
O Dourivan falou TUDO!
Isto é apenas a confirmação de que a estratégia do governo para crise está ERRADA. Lula, influenciado por Meirelles e outros (acho até a Dilma) não quer partir para mudanças radicais, nas causas e nos agravantes da crise.
Está gastando nossa "gordura", o dinheiro do Tesouro, com os bancos. Vai continuar privilegiando CONSUMO, ENDIVIDAMENTO ao invés de buscar o verdadeiro desenvolvimento sustentável.
Hoje, ele está arrotando com a plataforma da Petrobras (PAC)... mas não tá nem aeh p/ pessoal demitido pela Embraer, da qual ele não comprou 1 teco-teco!!!
A estabilidade herdada, antiga herança ruim, para ser mantida dependeria do manuseio adequado dos mecanismos de política fiscal, monetária e cambial implementados por ocasião do Plano Real. O que pode estar salientando-se é a pressão sobre umas das colunas, a fiscal, fortemente pressionada por gastos rígidos para baixo. Na época de bonança, medidas de contenção ou ajustes puderam ser proteladas. Agora, com a agudeza da crise, a fragilidade fica exposta.
Swamoro Songhay
@ Richard, Dourivan
O Governo tem que mexer no rendimento da poupança, pq, como todo Governo é deficitario, e pra rolar sua divida ele emite titulos no mercado. Sobre esse titulo incidem o IR e a taxa de administraçao. Isso é o que vc faz qdo investe num fundo de renda fixa por exemplo.
A poupança, nao tem nem IR nem taxa de administraçao, o que é uma diferença significativa. O que ocorre qdo vc diminui a remuneraçao dos titulos do Governo (SELIC), todo mundo pode correr pra poupança pra nao pagar, basicamente IR. Atualmente, já tem fundos que rendem menos que a poupança (questão de gestao). Qdo o Governo cortar mais 1,5% ou 2% praticamente nenhum vai render, em termos, liquidos mais que a poupança.
A questao politica é mais grave, qdo sabe-se que a Poupança é um patrimonio brasileiro. E só o trauma de ver o Collor de novo da midia já é um pesadelo. Imagine explicar tudo isso pra populaçao?
O Governo está enrolado, tem que reduzir a remuneraçao, sem causar panico ou revolta.
Esse é o problema de quem só sabe reclamar, qdo precisa fazer não sabe nem por onde começar.
Abçs,
Oi Talk, como o governo não vende títulos direto ao consumidor, é uma transação interbancária, deveria ficar a cargo dos últimos criar investimentos mais rentáveis.
Uma das propostas para resolver o enigma da poupança é criar uns prazos de carência para regate... já foi feito isto!
Para o poupador tradicional, esperar uns 4 ou 5 meses, só depositando, para a retirada não é problema. Os prazos de carência poderiam ser proporcionais, em crescendo, ao valor empatado.
Acho uma saída melhor do que punir todos para afastar alguns "espertos"!
Richard, o Tesouro vende, sim, títulos direto ao consumidor. A operação tem exatamente esse nome: Tesouro Direto.
De todo modo, mexer na poupança, seja por qual motivo for, tem potencial de fogo em palha seca. O Plano Collor, que congelou ativos financeiros ainda está muito claro na memória. Guardadas, é claro, as devidas proporções de cada evento. Deu no que deu.
O que não dá, em meio ao agravamento dos efeitos da crise internamente, ocorrer tateamentos de medidas que tinham de ser mais certas em direção ao alvo.
Swamoro Songhay
Richard,
Nao duvido que o Governo vá optar por essa opçao. Nao pelos motivos que vc expos, mas simplesmente, é a que causa menor marola politica.
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