Com meses de atraso (22/01)
Virou consenso o ponto de vista defendido insistentemente aqui desde a eclosão da crise econômica mundial, em setembro. O de que uma queda radical e imediata do juro básico não teria maiores efeitos sobre a inflação, por causa da imensa dificuldade (impossibilidade) de repassar a alta do dólar aos preços finais, dada a redução abrupta da demanda. Redução alimentada pela restrição (em volume e preço) do crédito e pelo declínio da confiança do consumidor. Se tiver curiosidade, pode percorrer os posts de outubro, novembro e dezembro. Verá quantas vezes o tema foi aqui repisado, enquanto em outros lugares você ouvia falar da "cautela" necessária para observar os efeitos da desvalorização cambial nos preços. Ontem, o Banco Central reduziu o juro básico em um ponto percentual. Poderia tê-lo reduzido em dois. Ou três. Quem fez a conta hoje foi o Leonardo Zanelli, no blog da Miriam Leitão.
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- A redução da taxa de juros feita há pouco pelo Copom, de 1 ponto percentual, reduziu a Selic para 12,75% ao ano. Havia espaço para isso, a inflação está cedendo, o câmbio não afetou. Se o corte fez com que o Brasil caísse da segunda para a quarta posição entre os países com as maiores taxas de juros nominais do planeta, atrás de Venezuela (18,6%), Turquia (13%) e Rússia (13%), o país permanece na nada honrosa primeira posição entre os países com os maiores juros reais do planeta: 7,8%, bem acima do segundo lugar, a Hungria, que tem 5,8% de juros reais. É bom lembrar que em todos esses países a inflação é maior do que a do Brasil, e na Venezuela o último número divulgado de inflação foi 25%.
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6 Comentários:
Kd a oposição?
Cadê a oposição? Bem, tem alguém ganhando nessa história toda, não é? Ou você acha que isso é um masoquismo institucional?
O PT, se tivesse na oposição, tava chiando barbaridade. Agora, com o PT leniente e a oposição fazendo vistas grossas, quem vai nos salvar?
Sabe quem? As urnas, como sempre. Quando a patacoada toda começar a ameaçar a estabilidade do PT, daí eles começam a agir com celeridade. É bom que seja rápido, pois Alckmin já tá de mãos dadas com Serra. Nuvens negras se avizinham no horizonte petista.
A leniência com a alta Selic e o alto spread vem de longe. O fato de que a conjuntura internacional favorável permitiu o aumento do emprego e do crescimento não significa que essa leniência não tenha tido custos. O crescimento e o investimento poderiam ter sido maiores durante as vacas gordas mundiais. Na bonança também se perde...
Você só está preocupado agora por uma questão eleitoral.
Mas, creia, crescer 8% é melhor que crescer 5% e construir 10 fábricas é melhor que construir 8!
Se o gato - não importa sua cor - pode caçar 10 ratos, por que caçar só cinco?
Concordo com tudo, mas vamos problematizar.
Desde o 1º governo Lula eu tive inveja dos 8% ou mais de crescimento da Venezuela e Argentina dos Kirchner.
Hoje, olhamos para os lados e vemos esses e outros se debatendo com inflação acima de 20%. Dá até calafrios.
Será mesmo que os economistas podem mesmo nos conceder o "caminho do meio", com alto crescimento e inflação controlada?
Não precisa tirar Meirelles para baixar os juros. Basta o Conselho Monetário Nacional aumentar a meta de inflação para 8 ou 9%. Meirelles baixa os juros no dia seguinte.
Meirelles apenas persegue a meta definida pelo governo. Leia-se ministros petistas da Fazenda e Planejamento.
Mas aí é claro no dia seguinte estaremos aqui reclamando da inflação.
Vc viu o IPCA-15 de Janeiro?
Alexandre, o IPCA está refletindo em grande medida preços administrados. Não é uma tendência para o futuro. Aliás, o governo deveria cuidar mais duramente desses preços "administrados".
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