Um gráfico de barras que fala por si (08/10)

Copy/paste executado na coluna Panorama Político, de O Globo. Não dou link porque é impossível linkar para O Globo na versão digital. Em cada barra (clique na imagem para ampliar), os votos adicionais (ou a menos) obtidos agora pelo partido em relação a 2004. E repito o que escrevi em E o vencedor é...:
O PMDB também tomou do petismo a posição de partido mais votado para as prefeituras. Isso sem ter lançado candidato em São Paulo, coisa que fizeram DEM, PT e PSDB.
O PMDB tem bons motivos para festejar. E para afiar a faca.
http://twitter.com/alonfe
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5 Comentários:
Na juventude Diderot sustentou-se com aulas particulares de matemática. Ao longo de sua vida ele foi um defensor do ensino das matemáticas e das ciências também como um poderoso corretivo da linguagem e do raciocínio. Ele era contrário que o ensino da retórica precedesse o das matemáticas e o das ciências. A retórica sem o corretivo da linguagem, diz Diderot, é “a arte de falar antes da arte de pensar, e a do bem dizer antes que a de ter idéias”. Para atacar as ambiguidades, enganos e os dogmatismos da “arte de falar antes da arte de pensar” nada é melhor do que as ciências e as matemáticas.
“Se nossos dicionários fossem bem feitos, ou o que dá no mesmo, se as palavras usuais fossem tão bem definidas quanto as palavras
“ângulos” e “quadrados”, restariam poucos erros e disputas entre os homens. É a esse ponto de perfeição que todo trabalho sobre a língua deve tender”. As matemáticas corrigem o raciocínio: “a geometria é a melhor e a mais simples das lógicas, a mais própria para fornecer inflexibilidade ao juízo e à razão. Ela é a lima surda de todos os preconceitos populares (…) um povo é ignorante e supersticioso? Ensinem geometria às crianças”
PPS DEM e PSDB são os que mais perderam votos. Será coincidência que eles fazem parte da oposição?
A aliança de Pimentel com Aécio tirou do PT pelo menos 800 mil votos na Capital mineira, abrindo ainda chances para o PMDB de Leonardo Quintão, outro aliado do Aécio. O partido poderia dominar completamente as principais cidades da região metropolina. Mas faltou BH. Aliás, o governador mineiro emplacou dois aliados no segundo turno. Quanta esperteza política do Aecinho. Abs.
PMDB em 2000: 1.257 prefeituras.
PMDB em 2008: 1.195 prefeituras.
PT em 2000: 187 prefeituras.
PT em 2008: 548 prefeituras.
PMDB em 2000: 11.372 vereadores.
PMDB em 2008: 8.466 vereadores.
PT em 2000: 2.485 vereadores.
PT em 2008: 4.166 vereadores.
Análise política para além da conjuntura. Não é possível comparar acriticamente quem já tinha capilaridade com quem não tinha. Esta é, de fato, a grande barreira a ser rompida por qualquer partido. Mas há os que já a romperam há muito tempo usufruem inercialmente disso por várias décadas, como é o caso do PMDB. A corrida em política não começa do mesmo patamar e as distâncias não são as mesmas a serem percorridas pelos contendores.
Pela sua lógica, o grande vencedor mesmo foi o PV: cresceu 115% entre 2004/2008. Mas sabe-se que isso é conjuntural e pode (provavelmente) não durar. Tome-se o caso do PPS, que deu um grande salto artifical em 2004, para voltar à sua realidade medíocre em 2008.
É muito difícil avaliar o que seria uma vitória do PMDB sem, antes de mais nada, se perguntar o que é o PMDB.
Trata-se de um partido criado por uma ditadura para dar um ar democrático ao seu regime; foi inteligentemente utilizado pela esquerda dos anos 70 para depois ser utilizado pela direita ex-arenista que pulava do barco que ia afundando. Virou sim um ornitorrinco alado.
Serviu ao governo FHC nos anos 90 e hoje serve ao governo Lula.
O que significa uma vitória sua então? É uma vitória da falta de politização, da crise ideológica e da fragmentação da sociedade. O partido que mais evoluiu é um mero invólucro de um treco, incapaz de ter um minímo projeto de nação, apenas um projeto de poder.
Não é bom nem ruim--eleitoralmente--para a oposição ou para a situação, posto que esteja quem estiver no poder lá estará o PMDB. No entanto, é ruim politicamente para o Brasil.
Como o reinaldo colocou acima, também é preciso considerar toda a questão de quem tinha mais ou menos capilaridade. Qual a proporção percentual que o PMDB evoluiu em relação ao(s) último(s) pleito(s)?
No demais, resta a avaliação de que o bloco de esquerda (leia-se PC do B e PSB) que apóia o PT evoluiu bastante. A oposição, por sua vez, pode até comemorar uma vitória de Kassab, mas que ela desabou, ela desabou: PSDB/PPS/DEM perderam milhões de votos e espaço nacional. Mesmo com uma vitória em São Paulo, a queda pelo resto do Brasil é no minímo comprometedora para 2010, posto que o estado bandeirante por si só não decide nada como comprovou a eleição de 2006.
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