Cheio de dedos com os bancos (28/11)
Deveria causar constrangimento a um governo do PT o volume dos cuidados tomados quando se trata de enfrentar os bancos. Vale a pena ler reportagem publicada hoje na Folha de S.Paulo, sob o título Governo restringirá alta de tarifa bancária. Alguns dados que não estão no texto, mas em tabelas e gráficos que não aparecem na versão online:
os bancos receberam R$ 52,6 bilhões com taxas e serviços em 2006; a receita era de R$ 24,2 bi em 2002,
a participação das tarifas na receita dos bancos subiu de 12,4% para 18,8% nesse período,
as maiores fontes de faturamento com serviços: cartões de crédito (23,5%), tarifa de abertura de conta (13,3%), administração de fundos (12,8%), renda de cobrança (7,8%), manutenção de conta corrente (5,7%), tarifa interbancária (4,1%), fornecimento de extratos e talões de cheque (2,4%).
Ao ler a reportagem, você perceberá que, até o momento, a movimentação do governo é só jogo para a platéia. Um congelamento das tarifas por seis meses ou um ano não vai adiantar nada. O certo é enquadrar o cartel oligopolista dos bancos por meio de um tabelamento de tarifas, já que a prometida queda de preços decorrente de uma suposta concorrência entre as instituições nunca passou de ficção. Nem a entrada de bancos estrangeiros mexeu com o cenário. Os que vieram logo juntaram-se alegremente ao cartel e estão numa boa, participando da drenagem de dinheiro dos correntistas. E por que a turma não grita contra esse estado de coisas? Porque o negócio da turma é perseguir peixe pequeno. E só. Leia também Perfumaria, de setembro.
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os bancos receberam R$ 52,6 bilhões com taxas e serviços em 2006; a receita era de R$ 24,2 bi em 2002,
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as maiores fontes de faturamento com serviços: cartões de crédito (23,5%), tarifa de abertura de conta (13,3%), administração de fundos (12,8%), renda de cobrança (7,8%), manutenção de conta corrente (5,7%), tarifa interbancária (4,1%), fornecimento de extratos e talões de cheque (2,4%).
Ao ler a reportagem, você perceberá que, até o momento, a movimentação do governo é só jogo para a platéia. Um congelamento das tarifas por seis meses ou um ano não vai adiantar nada. O certo é enquadrar o cartel oligopolista dos bancos por meio de um tabelamento de tarifas, já que a prometida queda de preços decorrente de uma suposta concorrência entre as instituições nunca passou de ficção. Nem a entrada de bancos estrangeiros mexeu com o cenário. Os que vieram logo juntaram-se alegremente ao cartel e estão numa boa, participando da drenagem de dinheiro dos correntistas. E por que a turma não grita contra esse estado de coisas? Porque o negócio da turma é perseguir peixe pequeno. E só. Leia também Perfumaria, de setembro.
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7 Comentários:
Alon, qual a diferença entre congelamento e tabelamento? Nenhuma. O que precisa é concorrência nesse mercado. Começando pelo fim das compras de bancos menores pelos BBs, Itaús e Bradescos da vida. Cadê o cadastro positivo? Cadê o CADE e o CMN em cima das taxas abusivas do cheque especial?
Não é tabelinha que vai resolver um problema que é de raíz oligopólica.
Governo nenhum enfrenta os bancos no Brasil: quem é que vai dar grana para as campanhas eleitorais?
aí é tristeza só, meu amigo.
não tem ninguém capaz de peitar essa turma, não tem mesmo.
paz e bom humor
Walmir
http://walmir.carvalho.zip.net
Por mais que a mamata seja grande e antiga, nenhum banco privado tem o privilégio que tem o banco estadual paulista, a "Nossa" Caixa.
Fatura todo mês de 12 a 18 reais de cada servidor estadual obrigado a ter conta lá por decreto do governo que a controla. Nem os oligopolistas Itaú, Bradesco ou Santander tem a coragem de meter a mão no bolso de seus funcionários como faz.
Esse monopólio é exclusivo do governo paulista. Até os juízes pagam sem reclamar. Certamente têm muitas razões para colaborar com o governo. Eu me pergunto se o sindicalismo no setor público foi extinto para todo o sempre ou se está só adormecido. Ou caduco.
Alon
Cheio de dedos com os bancos e devidamente ornado com belíssimos anéis. Hehe
O governo Lula continua sendo o pai dos pobres e a mãe dos bancos.
Sds.,
de Marcelo.
Eu não tenho elementos para tanto, mas seria interessante saber quanto algém que ganha no limite da faixa de isenção do IR paga de CPMF e quanto paga de taxas aos bancos.
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