Uma comparação indevida (12/01)
O governo decidiu dar um calor na turma que explora os pedágios a pretexto de cuidar das estradas. Parabéns. Antes tarde do que nunca. Recordo aqui o que disse sobre o assunto num post recente (Uma conversa de bar sobre Caim e Abel), em que comentava por que o mercado no Brasil não funciona:
Ah, sim, as estradas. Num país qualquer, quando a estrada tem pedágio você pode optar por uma outra, mais simplezinha mas sem pedágio. Aqui não. Nem estrada de terra é oferecida para quem não quer usar a rodovia pedagiada.
Ontem um subprocurador disse que o negócio das estradas exploradas por particulares no Brasil é tão rentável quanto o narcotráfico. O pessoal se escandalizou. Não precisava. A comparação foi entre taxas de retorno do investimento. Mas, pensando bem, não dá mesmo para comparar as duas coisas. No tráfico de drogas existe risco. Tem a polícia. O traficante pode ser preso, morto ou perder a mercadoria. Não é como nesse negócio de concessão de estradas no Brasil, em que basta ficar sentado e recolher a féria no fim do dia.
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Ah, sim, as estradas. Num país qualquer, quando a estrada tem pedágio você pode optar por uma outra, mais simplezinha mas sem pedágio. Aqui não. Nem estrada de terra é oferecida para quem não quer usar a rodovia pedagiada.
Ontem um subprocurador disse que o negócio das estradas exploradas por particulares no Brasil é tão rentável quanto o narcotráfico. O pessoal se escandalizou. Não precisava. A comparação foi entre taxas de retorno do investimento. Mas, pensando bem, não dá mesmo para comparar as duas coisas. No tráfico de drogas existe risco. Tem a polícia. O traficante pode ser preso, morto ou perder a mercadoria. Não é como nesse negócio de concessão de estradas no Brasil, em que basta ficar sentado e recolher a féria no fim do dia.
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12 Comentários:
Parabéns Alon pelo seu sucesso. ( RANKING DOS 30 BLOGS MAIS LIDOS NO BRASIL PELO IBOPE). O único problema do seu Blog é a sua capacidade de síntese. Esgota o assunto e deixa os leitores sem comentários. Um abração.
Onde está esse ranking do IBOPE?
Em se tratando de tributação e malversação do dinheiro arrecadado, a capacidade do nosso governo parece infinita.
Teremos estradas tão esburacadas como antes, e pagando pedágio, quer apostar?
Concordo que temos que lutar para a diminuição das taxas, mas quem viaja em estradas com manutenção governamental sofre como o diabo.
Não adianta, o governo é absolutamente incapaz ou - sendo caridoso - extremamente ineficiente para cuidar das estradas.
É só perguntar a quem viaja nas estradas de São Paulo, comparando com as rodovias federais.
Alon
Fiquei uns dias sem visitar seu espaço mas vejo que você continua firme e forte neste início de 2007.
É preciso continuar chamando as coisas pelo nome. Por exemplo, a de que este é um capitalismo rastaquera (com capitalistas idem), o melhor dos mundos para os que eram (eram?)amigos do rei: não há riscos, tudo é garantido pelos contratos (camaradas)e a polícia ainda dá cobertura quando o MST resolve desbloquear a cancela.
O pessoal ficou estressado, é? Bom sinal. É preciso pôr o dedo na ferida; afinal, pedágio faz parte do custo Brasil. Essa gente não vive reclamando da carga tributária? Então, vamos começar a baixá-la.
cid cancer
mogi das cruzes - sp
Alon, acho que você não andou na Transbrasiliana e na Washington Luiz. A diferença é grande, muito grande.
Andei mais de cem quilômetros no final da Anhanguera. Trecho pedagiado. Paguei pouco mais de R$ 12. A estrada foi castigada pelas chuvas e apresenta buracos sim em vários pontos. Longe de ser o tapetão vendido pelos defensores dos pedágios.
Então vamos falar do ProUni, este sim, o verdadeiro capitalismo sem risco, criado pelo partido da boquinha. Antes, vagas que ficavam ociosas por incompetência/baixa qualidade, agora são preenchidas por incautos estudantes que mal conseguem escrever uma sentença com pontuação (mas serão dipromados!!!). Para a faculdade, é só encher e baixar custo - o retorno é pornográfico e sem risco. Nas estradas, se um desastre quebrar uma ponte, o risco é do empresário. Nas faculdades do ProUni, se o aluno fica inadimplente... não há risco! Tem ProUni para cobrir!
Quanto ao tráfico de drogas, seria interessante comparar o mal que empresários causam ao país comparado com o tráfico de drogas. Realmente deve ser bem pior ser empresário numa terra que louva traficantes e mensaleiros.
Acho louvável a idéia de estradas alternativas, não pedagiadas.
Discordo do argumento que o negócio de concessão de estradas seja livre de risco. Em ambientes de insegurança jurídica, há sempre o risco dos governos não cumprirem os contratos e os investidores amargarem no prejuízo.
Ave Luca!
Vê, Alon?
Para quem não vê, o que Luca diz é que o custo de um empreendimento deste porte feito com capital privado no Brasil tem um componente muito concreto:
"governos não cumprirem os contratos".
Este, Alon, foi um post de um moralismo típico da cultura esquerdista. E a ironia no fim do post foi de extremo mau gosto.
Lotufo inicia assim um post que não tem nada a ver com este. Mas vale transcrever a frase:
"Apesar da tradição ocidental em "glamourizar" (existe esse verbo?) o crime e criminosos, desde o "O Poderoso Chefão" de Mário Puzo até "O Guri" de Chico Buarque, ser mal não compensa. Além de vaga cativa no inferno, o caminho a ele é mais curto."
(O crime não compensa, mesmo. Ex-detentos morrem muito mais.)
http://paulolotufo.blogspot.com/
Estou escrevendo com o fígado, que, até onde sei, é o único órgâo do nosso corpo que se regenera. Para o bem e para o mal.
Registro, ainda, um texto do professor e diplomata Paulo Roberto de Almeida:
"Prólogo necessário:
Faço parte daquilo que poderia ser classificado, à falta de melhor definição, como “cultura de esquerda”, algo suficientemente disseminado no Brasil para obrigar-me aqui a maiores elaborações sobre seu conteúdo específico. Talvez eu devesse dizer que pertenço hoje bem mais à “cultura” do que à “esquerda”, et pour cause: adjetivos desse tipo, one-sided, são em geral reducionistas ou simplificadores e os maniqueísmos que usamos na vida corrente não estão adaptados aos matizes da realidade e a uma visão abrangente dos processos sociais, sempre complexos em sua totalidade. Dicotomias como “esquerda” e “direita” são partes de um todo, mas relutam em abrigar as particularidades que não se encaixam em seus moldes pré-concebidos."
Título do texto:
A cultura da esquerda. Sete pecados dialéticos que atrapalham seu desenvolvimento.
http://www.espacoacademico.com.br/047/47pra.htm
Os endereços para quem quiser conhecer outros textos do PRA:
http://www.pralmeida.org/
http://diplomatizzando.blogspot.com/
Pedágio na mão do governo é igual CPMF para a saúde...
"O Guri" do Chico Buarque glamuriza o crime? Tem alguém viajando pesado na maionese, ou fumando orégano...
Sobre o que sisseram Luca Sarmento e Paulo Araújo:
Que investimentos? E que riscos?
As estradas foram construídas pelo Estado e não pela iniciativa privada, portanto o grosso do investimento foi feito pelo Estado (leia-se dinheiro do contribuinte e não do investidor). A concessão à iniciativa privada para exploração econômica é para a operação e manutenção. Se houver quebra de contrato na concessão, certemante há cláusulas rescisórias e indenizatórias à concessionária, no que diz respeito ao pagamento feito pela concessão (se houve) ou investimestos posteriores.
Aliás toda a privataria foi feita comprando-se ativos prontos, sem a devida exigência de expansão (salvo um ou outro caso, como nas telecomunicações). E depois perguntam porque o país não cresce e não gera empregos! Ora, é simples: falta de investimentos novos. O que chamam de investimento no Brasil, é a simples troca de controle acionário. A Petrobrás não detém mais monopólio nenhum há muito tempo. Cadê uma pretroleira privada para competir com ela, onde a iniciativa privada poderia mostrar toda sua pujança e as maravilhas da economia de mercado, inclusive vendendo petróleo e gasolina mais barato do que a Petrobrás vende? Todos os investidores estão mais interessados em financiar a eleição de governos, que, se eleitos, a venda barato, e garanta aos investidores o elevado preço da gasolina para "proteger" os investimentos.
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