Deputado cassado, jornal fechado (17/03)
Leio, aqui e ali, reações à possível absolvição do deputado José Mentor (PT-SP) pelo Conselho de Ética. O relator, Edmar Moreira (PFL-MG), não achou provas que incriminassem o petista e não pediu a cassação dele. É visível que muita gente não gosta do Mentor. Por alguma razão que desconheço, ele tem adversários em quantidade maior do que determina a prudência. Mas isso é problema dele, Mentor, não meu. Eu quero morar num país em que o sujeito só possa ser condenado se houver provas. Disse aqui neste blog algum tempo atrás:
"Ao que assistimos hoje em dia? Quando a acusação é contra os inimigos, ela é verdadeira por definição. Quando é contra os amigos, é denuncismo. Escrevi sobre isso em Para os amigos a lei; para os inimigos o vale-tudo. Estou fora dessa. Prefiro confiar nas instituições. Não subscrevo teorias medievais sobre a necessidade de 'punições exemplares' a pessoas contra as quais não há provas. Pagarei o preço que tiver que pagar por essa posição, pois acredito no Estado de Direito. Há pelo menos um quarto de século, estou convencido de que a democracia é um valor universal e que não se deve transigir nesse ponto. Não há Civilização onde não há Justiça. Isso vale para uma delegacia de polícia e para o Congresso Nacional."
Essa passagem faz parte da nota Meu amigo Rui e o Marechal Tito (16/02), uma discussão que mantive com o competente jornalista Rui Nogueira, do Primeira Leitura.
Outro dia me perguntaram por que sou contra cassar alguém sem que haja provas materias conclusivas. É simples: pelo mesmo motivo que sou contra a pena de morte e contra fechar jornais só porque publicaram alguma coisa de que não gostamos. Espero ter sido claro.
Um lugar comum é dizer que o Brasil vai ser um país melhor no dia em que todos os corruptos estiverem na cadeia. Não concordo. O Brasil vai ser um país melhor no dia em que estiverem na cadeia todos os corruptos contra quem haja provas e estiverem livres os demais. Espero viver ainda bastante, se Deus assim o permitir, mas estou muito velho para acreditar que a ditadura é um instrumento legítimo, ou eficaz, para defender o interesse público. Desse remédio, já provamos várias vezes e nunca funcionou. Ao contrário, quase nos matou.
"Ao que assistimos hoje em dia? Quando a acusação é contra os inimigos, ela é verdadeira por definição. Quando é contra os amigos, é denuncismo. Escrevi sobre isso em Para os amigos a lei; para os inimigos o vale-tudo. Estou fora dessa. Prefiro confiar nas instituições. Não subscrevo teorias medievais sobre a necessidade de 'punições exemplares' a pessoas contra as quais não há provas. Pagarei o preço que tiver que pagar por essa posição, pois acredito no Estado de Direito. Há pelo menos um quarto de século, estou convencido de que a democracia é um valor universal e que não se deve transigir nesse ponto. Não há Civilização onde não há Justiça. Isso vale para uma delegacia de polícia e para o Congresso Nacional."
Essa passagem faz parte da nota Meu amigo Rui e o Marechal Tito (16/02), uma discussão que mantive com o competente jornalista Rui Nogueira, do Primeira Leitura.
Outro dia me perguntaram por que sou contra cassar alguém sem que haja provas materias conclusivas. É simples: pelo mesmo motivo que sou contra a pena de morte e contra fechar jornais só porque publicaram alguma coisa de que não gostamos. Espero ter sido claro.
Um lugar comum é dizer que o Brasil vai ser um país melhor no dia em que todos os corruptos estiverem na cadeia. Não concordo. O Brasil vai ser um país melhor no dia em que estiverem na cadeia todos os corruptos contra quem haja provas e estiverem livres os demais. Espero viver ainda bastante, se Deus assim o permitir, mas estou muito velho para acreditar que a ditadura é um instrumento legítimo, ou eficaz, para defender o interesse público. Desse remédio, já provamos várias vezes e nunca funcionou. Ao contrário, quase nos matou.
2 Comentários:
queria saber como se pronuncia seu nome. fui indicar seu blog para amigos em um bar e na duvida resolvi ficar calado rs.
um abraco
pode postar a resposta aqui
Você pode pronunciar de duas maneiras: fóierverquer (a pronúncia iídche ou alemã) ou feuerwerker mesmo (aportuguesado). E continue me ajudando, divulgando este blog. Obrigado e um abraço.
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