
A soma das colunas vermelhas (o gráfico é da
Folha Online) dá R$ 20,47 bilhões. Foi quanto lucraram os seis maiores bancos brasileiros ano passado. O dinheiro corresponde, se não me engano nesta hora da madrugada, à soma do que o governo federal investe em média por ano mais todos os recursos que vão anualmente para o Bolsa Família. De manhã eu faço a conta. O presidente Lula diz que comanda um governo que tira dos ricos para dar aos pobres. O gráfico acima mostra que isso não corresponde à realidade. E não me venham com discussões sobre Selic e ortodoxia econômica. A palavra que explica essa barbaridade é "oligopólio".
4 Comentários:
Tal qual um colega comentarista aí abaixo, eu "acompanho o Alon" desde os tempos de movimento estudantil, no pré-cambriano circa 1977. Até trabalharmos juntos é pecado que já cometemos.
Esse nariz-de-cera é para edulcorar uma vingança: em 2003, discutindo com ele, aqui em BSB, as linhas mestras da política econômica adotada pelo governo Lula - Alon como feroz defensor, eu indignado com a inflexão - tive que ouvir calado uma pergunta ferina: 'se vc acha isso, pq não votou no Serra?'
Lê-lo, caro Alon, em urticárias com o oligopólio financeiro, confesso, é o troco que não pude dar.
Abração,
Artur
Caro Arthur,
Na boa, acho que essa drenagem de recursos da sociedade para o sistema financeiro tem menos a ver com macroeconomia e mais com oligopólio. Tem mais a ver com o Cade do que com o Banco Central. Vamos ver o que os candidatos propõem a respeito. Grande abraço.
Na boa, entre nós 2, sempre foi e será.
Agora, deixar solta a sua tergiversação não faz - nem nunca fez - parte de nossa Convenção de Genebra.
Aos fatos:
1)vc, como eu, conhece entranhas de governo. É uma falácia afirmar que o CADE agiria em dissonância com Fazenda/BC/Planalto;
2)ação anti-oligopolista, particularmente no sistema financeiro, era um dos vários pressupostos que eu defendi e vc rechaçou;
3)a ação concreta (para recorrer à nossa velha fórmula...)de governo é assegurar taxas instigantes de rentabilidade ao capital financeiro como "escudo anti-inflacionário" e "anti-ataque à moeda". Este é um pilar da proposta macroeconômica. Reclamar dos resultados positivos da política intentada - e defendida por vc - me parece residir na casa dos oxímoros.
Isso para ser ameno, para não colocar em perspectiva as questões cambial, de perfil de crédito ou de arbitramento de spreads e riscos.
Para encerrar, uma provocação: o que os candidatos proporão - o meu incluso - pouco deveria se nos dar. O que farão é pergunta.
Abs,
Artur
Minha opinião:
1) É preciso acabar com o oligopóplio no sistema bancário.
2) Nunca rechacei, nem poderia pois concordo.
3) A política monetária é resultante do modelo baseado no tripé câmbio, superávit primário e metas de inflação. A inflação está bem, mas o crescimento é medíocre. Há quem diga que o juro poderia ser reduzido unilateralmente sem grandes efeitos sobre a inflação. Acho que o nó está na questão fiscal. A ver. De todo modo, os candidatos precisam dizer claramente o que vão fazer para resolver esse problema.
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