Palpites sobre o Oriente Médio (29/01)
1. O processo de negociação iniciado em Oslo em 2003 está morto?
Sim. Os acordos de Oslo foram construídos a partir da premissa de que deveriam resultar na convivência pacífica e frutífera entre dois estados, um palestino e um judeu. Treze anos depois, o resultado é desalentador.
2. Por que?
Entre os palestinos, a maioria votou num partido, o Hamas, que prega a destruição de Israel e o estabelecimento de uma república islâmica no território que hoje engloba Israel, Gaza e Cisjordânia. Entre os israelenses, a preferência se inclina para o novo partido Kadima, criado por Ariel Sharon antes de seu derrame cerebral. O ponto principal da plataforma do Kadima é que Israel desenhe unilateralmente os limites territoriais entre judeus e palestinos. Essa linha demarcatória obedeceria principalmente a critérios demográficos.
3. Há o risco de um conflito militar convencional na região no curto prazo?
Sim. Não há hipótese de Israel, a Comunidade Européia ou os EUA aceitarem que o Irã desenvolva armas nucleares e mísseis para transportá-las. Se a diplomacia falhar, haverá guerra.
4. Há o risco de recrudescimento do terrorismo em Israel e na Palestina?
Talvez. Num primeiro momento, é provável que o Hamas mantenha o atual "armistício". A quietude pode lhe ser útil para consolidar suas posições no embrião de aparelho de estado controlado pela Autoridade Palestina. Mas é possível que, em compensação, facções da Fatah radicalizem, para repetir a estratégia do Hamas quando estava na oposição, e que deu certo, eleitoralmente falando. Num paralelo com o Brasil, é como se o PSol tivesse derrotado nas urnas um governo petista. O PT certamente tenderia a uma oposição feroz.
4. O poder vai moderar o Hamas?
É pouco provável. Taticamente, o Hamas vai concentrar-se agora na montagem de seu governo. Depois, vai procurar expandir seu poder. E está provado que no Oriente Médio moderação e tolerância são vistos como sinônimos de fraqueza política. A Fatah acaba de sentir isso na pele. O então premiê trabalhista de Israel, Ehud Barak, pretendeu ser generoso com Yasser Arafat e abortou sua carreira em Camp David, em julho de 2000. Hoje, as duas correntes de maior prestígio na região são o Hamas e o Hezbollah. O Hamas vai continuar defendendo o fim da presença israelense. Não só na Cisjordânia, mas em todo o território da antiga Palestina. Até porque tem o apoio decidido da Síria e do Irã para isso.
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Hamas aumenta favoritismo para as eleições palestinas (22/01)
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3. Há o risco de um conflito militar convencional na região no curto prazo?
Sim. Não há hipótese de Israel, a Comunidade Européia ou os EUA aceitarem que o Irã desenvolva armas nucleares e mísseis para transportá-las. Se a diplomacia falhar, haverá guerra.
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Talvez. Num primeiro momento, é provável que o Hamas mantenha o atual "armistício". A quietude pode lhe ser útil para consolidar suas posições no embrião de aparelho de estado controlado pela Autoridade Palestina. Mas é possível que, em compensação, facções da Fatah radicalizem, para repetir a estratégia do Hamas quando estava na oposição, e que deu certo, eleitoralmente falando. Num paralelo com o Brasil, é como se o PSol tivesse derrotado nas urnas um governo petista. O PT certamente tenderia a uma oposição feroz.
4. O poder vai moderar o Hamas?
É pouco provável. Taticamente, o Hamas vai concentrar-se agora na montagem de seu governo. Depois, vai procurar expandir seu poder. E está provado que no Oriente Médio moderação e tolerância são vistos como sinônimos de fraqueza política. A Fatah acaba de sentir isso na pele. O então premiê trabalhista de Israel, Ehud Barak, pretendeu ser generoso com Yasser Arafat e abortou sua carreira em Camp David, em julho de 2000. Hoje, as duas correntes de maior prestígio na região são o Hamas e o Hezbollah. O Hamas vai continuar defendendo o fim da presença israelense. Não só na Cisjordânia, mas em todo o território da antiga Palestina. Até porque tem o apoio decidido da Síria e do Irã para isso.
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