Entrevista: O prefeito, candidato e blogueiro
“Não sou jornalista, sou político opinando. Essa é a função do blog”
Alon Feuerwerker
Correio Braziliense, 27 de agosto de 2005 - O prefeito do Rio, Cesar Maia, teve 15 minutos de fama como blogueiro no último domingo, ao questionar em tempo real o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, sobre as licitações do lixo em Ribeirão Preto. Palocci respondeu a Maia e deu, mais uma vez, visibilidade ao endereço cesarmaia.blogspot.com.
Desde o começo da crise, a imprensa faz referências a informações e opiniões postadas no blog do prefeito. O Correio decidiu mandar algumas perguntas por e-mail para o prefeito-blogueiro. Abaixo, as respostas. Elas são de um laconismo que impressiona. O prefeito economizou nas palavras como quem poupa caracteres em um programa de computador, para diminuir o gasto de memória da máquina que roda o software.
Numa das poucas respostas em que foi absolutamente afirmativo, o político Cesar Maia rejeitou a idéia de que esteja invadindo seara alheia. No caso, a dos jornalistas. “Sou um político opinando”, dispara. Não há como negar que Maia esteja anos-luz à frente dos concorrentes no uso das ferramentas da internet. Se isso vai dar resultado eleitoral? Nem ele se arrisca a prever.
CORREIO BRAZILIENSE - Há quanto tempo o senhor usa a internet?
CESAR MAIA — Desde o primeiro governo.
CORREIO — Qual é sua rotina diária na internet? Quantas horas por dia o senhor gasta na rede?
CESAR — Das 5h às 8h. E das 22h às 23h. No demais, são entradas pontuais.
CORREIO – Quais são os seus sites preferidos?
CESAR — Sempre de notícias.
CORREIO — O tempo que o senhor gasta na internet não seria mais bem empregado no ofício de prefeito?
CESAR — O e-mail multiplica por 100 a capacidade de decidir.
CORREIO — Quantos e-mails o senhor recebe por dia? A quantos responde? Quais são os principais assuntos tratados?
CESAR — São 300, sendo que 100 são spam ou quase. Basicamente reclamações. Sou um ouvidor.
CORREIO — Qual é a ética em fundir o personagem da notícia, o prefeito e o blogueiro Cesar Maia no jornalista cibernético e prefeito Cesar Maia?
CESAR — É o que eu sempre fiz e que só agora é aberto.
CORREIO — Como ter credibilidade jornalística quando o jornalista, no caso o senhor, é também pré-candidato à presidência da República?
CESAR — Não sou jornalista, sou político opinando. Essa é a função do blog.
CORREIO — Quem opera manualmente o site, o senhor mesmo ou colaboradores?
CESAR — Jovens voluntários.
CORREIO — Qual é a influência que a blogosfera terá na próxima eleição brasileira?
CESAR – Não faço a menor idéia.
CORREIO — Quais as ações práticas do seu governo para ampliar o uso da internet entre os mais pobres?
CESAR — Universalizar nas escolas e criar pólos nas favelas.
CORREIO — Se o senhor fosse presidente da República, aceitaria reduzir a zero as alíquotas de importação de PCs, para baixar o preço das máquinas e acelerar a inclusão digital?
CESAR — Nunca pensei nisso.
CORREIO — O senhor não teme perseguições políticas por ser, ao mesmo tempo, prefeito de uma importante capital, pré-candidato a presidente e um guerrilheiro da blogosfera?
CESAR — Sempre é assim.
Alon Feuerwerker
Correio Braziliense, 27 de agosto de 2005 - O prefeito do Rio, Cesar Maia, teve 15 minutos de fama como blogueiro no último domingo, ao questionar em tempo real o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, sobre as licitações do lixo em Ribeirão Preto. Palocci respondeu a Maia e deu, mais uma vez, visibilidade ao endereço cesarmaia.blogspot.com.
Desde o começo da crise, a imprensa faz referências a informações e opiniões postadas no blog do prefeito. O Correio decidiu mandar algumas perguntas por e-mail para o prefeito-blogueiro. Abaixo, as respostas. Elas são de um laconismo que impressiona. O prefeito economizou nas palavras como quem poupa caracteres em um programa de computador, para diminuir o gasto de memória da máquina que roda o software.
Numa das poucas respostas em que foi absolutamente afirmativo, o político Cesar Maia rejeitou a idéia de que esteja invadindo seara alheia. No caso, a dos jornalistas. “Sou um político opinando”, dispara. Não há como negar que Maia esteja anos-luz à frente dos concorrentes no uso das ferramentas da internet. Se isso vai dar resultado eleitoral? Nem ele se arrisca a prever.
CORREIO BRAZILIENSE - Há quanto tempo o senhor usa a internet?
CESAR MAIA — Desde o primeiro governo.
CORREIO — Qual é sua rotina diária na internet? Quantas horas por dia o senhor gasta na rede?
CESAR — Das 5h às 8h. E das 22h às 23h. No demais, são entradas pontuais.
CORREIO – Quais são os seus sites preferidos?
CESAR — Sempre de notícias.
CORREIO — O tempo que o senhor gasta na internet não seria mais bem empregado no ofício de prefeito?
CESAR — O e-mail multiplica por 100 a capacidade de decidir.
CORREIO — Quantos e-mails o senhor recebe por dia? A quantos responde? Quais são os principais assuntos tratados?
CESAR — São 300, sendo que 100 são spam ou quase. Basicamente reclamações. Sou um ouvidor.
CORREIO — Qual é a ética em fundir o personagem da notícia, o prefeito e o blogueiro Cesar Maia no jornalista cibernético e prefeito Cesar Maia?
CESAR — É o que eu sempre fiz e que só agora é aberto.
CORREIO — Como ter credibilidade jornalística quando o jornalista, no caso o senhor, é também pré-candidato à presidência da República?
CESAR — Não sou jornalista, sou político opinando. Essa é a função do blog.
CORREIO — Quem opera manualmente o site, o senhor mesmo ou colaboradores?
CESAR — Jovens voluntários.
CORREIO — Qual é a influência que a blogosfera terá na próxima eleição brasileira?
CESAR – Não faço a menor idéia.
CORREIO — Quais as ações práticas do seu governo para ampliar o uso da internet entre os mais pobres?
CESAR — Universalizar nas escolas e criar pólos nas favelas.
CORREIO — Se o senhor fosse presidente da República, aceitaria reduzir a zero as alíquotas de importação de PCs, para baixar o preço das máquinas e acelerar a inclusão digital?
CESAR — Nunca pensei nisso.
CORREIO — O senhor não teme perseguições políticas por ser, ao mesmo tempo, prefeito de uma importante capital, pré-candidato a presidente e um guerrilheiro da blogosfera?
CESAR — Sempre é assim.
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